CBMAL

BOMBEIRAS ALAGOANAS PARTICIPAM DO ENCONTRO NACIONAL EM RECIFE

  • 11/03/18
  • 21:03

Delegação do CBMAL foi composta por mais de 40 mulheres

Por Thássia Santos

 

Após a criação e realização do I Encontro Nacional de Bombeiras Militares pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), no ano passado, em Maceió, o evento foi realizado, desta vez, pelo Corpo de Bombeiros pernambucano, em Recife, de 7 a 9 de março. O encontro, realizado na semana de comemoração do Dia Internacional da Mulher, possui um caráter científico de discussões e análises acerca do papel feminino no ambiente militar e sobre as problemáticas vivenciadas por elas na convivência com uma tropa predominantemente masculina, durante o exercício de suas funções.

O evento contou com a participação de delegações de 21 estados brasileiros, envolvendo cerca de 400 bombeiras militares. A delegação alagoana foi composta por mais de 40 mulheres, entre oficiais e praças, que puderam compartilhar experiências e discutir melhorias na prestação do serviço à comunidade.

Segundo a tenente coronel Camila Paiva, que foi a primeira oficial combatente do CBMAL e, atualmente, comanda o Grupamento de Incêndio da região metropolitana de Maceió, as mulheres não querem vantagens em relação aos homens, e sim poderem cumprir a missão bombeira militar da melhor forma. "Todos precisam entender que as políticas específicas ao feminino não são em prol da mulher, e sim em busca da excelência no atendimento à sociedade, que é a nossa missão enquanto bombeiras militares", disse ela, frisando que, para isso, são necessárias algumas adequações.

"Se a mulher possuir melhores condições de serviço, com certeza isso trará um resultado muito positivo no desenvolvimento das atividades da corporação. O foco não é na mulher, mas no serviço", explicou a oficial, que foi uma das palestrantes do evento, com o tema "ausência de políticas organizacionais voltadas às bombeiras militares".

EM BUSCA DE DIREITOS

A tenente coronel Camila Paiva destacou ainda a relevância do envolvimento feminino na busca pelos seus direitos de ter condições de exercer seu trabalho. "Quem vai dizer os espaços que vamos alcançar somos nós. Precisamos fazer, e não podemos esperar que alguém faça algo por nós, por isso devemos nos envolver na luta pela criação das políticas organizacionais para as mulheres. Pode não ser por maldade ou má vontade, mas por não ser a realidade masculina eles não têm esse interesse maior em criar essas políticas específicas para nós", enfatizou ela.

COMITÊ NACIONAL

Durante os três dias de evento, foram abordados temas como participação da mulher nos espaços de poder e decisão, racismo nas corporações, atividade física na gestação e pós-parto, transexualidade e suas implicações no âmbito militar, limitação velada à admissão de mulheres nos Corpos de Bombeiros, além de apresentação das conquistas do Comitê Nacional de Bombeiras, fruto do primeiro encontro, realizado em Alagoas.

O Comitê Nacional tem representantes de todas as corporações do país e teve sua criação aprovada pela Liga Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (LIGABOM), em 2017. O presidente da Liga, coronel Carlos Helbingen, destacou a importância do comitê na luta pelas melhorias para o quadro feminino.  

"Vocês agora tem um comitê nacional instituído pela LIGABOM, que está para fazer a defesa, a justiça e as adequações necessárias à vocês, e a fazer instituições menos preconceituosas. Não devemos apenas considerar a força, existem outras características importantes para ser um bombeiro. Hoje podemos ver que essa questão de força é bem relativa, pois vivemos um tempo de evolução tecnológica que traz mudanças no serviço, nos equipamentos", enfatizou o comandante.

CORRIDA

Para encerrar o evento, foi realizada uma corrida feminina, com percurso de 5 km, no parque Dona Lindu, em Boa Viagem, envolvendo todas as participantes.