O bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, foi palco de um dos maiores campeonatos de jiu-jitsu do Brasil organizado pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu, o Rio Winter Internacional Open, entre os dias 13 e 17 de julho. E quatro bombeiros militares alagoanos foram representar o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) nesta competição com um dos níveis mais altos na modalidade esportiva no Brasil, o sargento Alaniel Falcão, o sargento Hélio Malheiros, a soldado Suzan Barros e o soldado Érico Honorato.
O Corpo de Bombeiros se preocupa com o condicionamento físico dos seus militares, e por isso incentiva as mais diversas práticas esportivas realizadas por eles. Com isso, foi lançado o edital de seleção de atletas em algumas modalidades esportivas, entre elas o jiu jitsu, para representarem o CBMAL em competições regionais e nacionais. E foram inseridos nesse programa de apoio que os quatro bombeiros tiveram a oportunidade de disputar esse campeonato de jiu-jitsu no Rio de Janeiro, contanto com a parceria da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer.
A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer não mediu esforços em receber os militares e dar todo o apoio necessário para que eles pudessem representar bem Alagoas no Rio Open. Graças ao apoio da secretaria, as passagens foram compradas e os militares puderam viajar ao Rio de Janeiro. Já a alimentação e hospedagem foram custeadas pela corporação bombeiro militar através do programa de incentivo ao esporte, amplamente apoiado pelo comando geral do CBMAL.
A FORÇA BRUTA DA SOLDADO SUZAN
A primeira a competir, já no primeiro dia de evento foi a soldado Suzan Barros, bombeira militar desde 2006, faixa branca no jiu-jitsu. Suzan começou no esporte há apenas quatro meses e já vem se destacando nos campeonatos estaduais. Ela foi campeã da Copa Maria Bonita, primeiro campeonato que participou com apenas um mês que praticava a arte suave. Sua segunda competição foi a II Etapa do Circuito Alagoano de Jiu-Jitsu que reuniu mais de 600 atletas. Na ocasião Suzan foi a campeã da sua categoria, faixa branca peso meio pesado.
E não acaba por aí. Com duas vitórias na bagagem e apenas quatro meses de Jiu-Jitsu, surgiu a oportunidade da atleta participar do Rio Open e ela não costuma ter medo de encarar desafios. “As meninas lá são casca grossa, mas algo me dizia para confiar em mim e não me amedrontar. Eu faria o meu melhor perdendo ou ganhando”, falou emocionada a atleta.
Nesse campeonato internacional Suzan fez duas lutas e conquistou o primeiro lugar na categoria, trazendo para o CBMAL e para sua equipe FireFighters Team da Sandro Melo Jiu-Jitsu muito orgulho. “Essa vitória só me motiva a treinar cada vez mais, sempre tentando melhorar. Agradeço demais ao Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Esporte por esta oportunidade. Agradeço ao meu mestre e meus instrutores que são os melhores e essa medalha eu dedico a eles e a todos meus companheiros de equipe”, disse.
A DEDICAÇÃO DE HÉLIO MALHEIROS
Hélio Malheiros é sargento no Corpo de Bombeiros e começou no jiu-jitsu para melhorar o condicionamento físico e a saúde, mas logo se viu competindo. Sempre dedicado, ele faz parte da equipe Kimura Nova União. “Minha transição foi muito rápida e eu percebi que o tatame, a energia de um ginásio lotado, o frio da barriga que antecede a luta eram o meu lugar”, disse o militar.
Malheiros foi recentemente terceiro lugar no campeonato brasileiro de jiu-jitsu realizado no final do mês de abril em São Paulo e desta vez foi competir no Rio Winter Internacional Open na categoria faixa roxa pesadíssimo máster e depois de três lutas, se consagrou segundo colocado. “Um evento internacional, de grande porte e o que fica sem sombra de dúvidas é a experiência, ver que em Alagoas estamos no caminho certo”, falou o atleta, muito agradecido ao apoio do CBMAL, completando que agora vai voltar a treinar mais e mais, corrigir os erros e partir para as próximas competições.
O APOIO DA CORPORAÇÃO
As ações do Centro de treinamento físico e desporto (CETFID) fazem parte das ações do comando geral do CBMAL para valorização dos militares, que viu o esporte como meio de agregação e despertamento da prática do exercício físico pelas pessoas. Eles buscam, através do esporte, estimular a participação de todo efetivo do CBMAL em alguma atividade desportiva de acordo com a afinidade de cada um. E esse apoio do comando aos atletas tem o objetivo de valorizar esses militares, de dar condições para que eles continuem conquistando resultados positivos e assim melhorando seu condicionamento físico, condição indispensável para a execução do serviço bombeiro militar.
“Parabenizamos os militares que foram para o Rio de Janeiro lutar o Rio Open de jiu-jitsu, um evento de porte internacional, pela coragem e por ter dado seu máximo”, falou o capitão Diogo Andrade, membro do CETFID, destacando o desempenho da soldado Suzan e do sargento Malheiros pelos resultados expressivos que vem conquistando no esporte.
O soldado Paulo Rodrigues, faixa preta e mestre no CT Firefighters diz que ser seus amigos participando de eventos de porte internacional é motivador. “Pra chegar a competir de igual pra igual com atletas que se dedicam unicamente ao esporte, precisa de muita força de vontade. Nós temos nossos afazeres: horários de trabalho, filhos e etc. Muitos dos competidores são atletas exclusivos e patrocinados. É a prova de que quando temos vontade e dedicação superamos qualquer adversidade. Os treinos no nosso CT têm um excelente nível técnico e exige bastante dos participantes. Além de um ambiente agradável e convidativo. Todos são amigos. Me chamam de mestre unicamente por ser o mais experiente na turma. Me considero um aprendiz orgulhoso de meus colegas. O mérito é totalmente deles mas o entusiasmo é de todos nós”, falou o mestre, orgulhoso de seus alunos Suzan e Alaniel.
O sargento Alaniel e o soldado Honorato, faixa marrom e faixa roxa, respectivamente, também deram seu máximo no campeonato e mesmo não trazendo medalhas para casa, eles não baixam a cabeça e sabem que fizeram o seu melhor. “A experiência em um campeonato internacional foi de aprendizado, vimos que devemos buscar cada vez mais o conhecimento técnico e nos fortalecer sempre fisicamente”, disse o sargento Alaniel.
Já Honorato diz que o jiu-jitsu era apenas lazer e condicionamento físico, mas com pouco tempo começou a competir e gostou. “Infelizmente é um esporte caro e que não tem competições de alto nível no estado e o apoio da corporação é de vital importância pra que se possa traçar os objetivos com antecedência, adequar treino físico e alimentação visando a competição pois é notável que os atletas do CBMAL possuem bom nível técnico e só falta um planejamento a médio e longo prazo”, finalizou o atleta.
Por Stephany Domingos