Na manhã dessa sexta-feira, 27, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) realizou o Seminário Técnico-Científico Bombeiro Militar na Universidade Integrada Tiradentes (UNIT) e reuniu mais de 100 bombeiros militares em busca de conhecimento nas áreas que atuam. O evento faz parte das comemorações do aniversário da corporação festejado no próximo domingo, 29, e tem como objetivo levar para a tropa bombeiro militar instruções que busquem aprimorar as técnicas utilizadas no serviço.
Segundo o Major BM Rômulo Guedes, coordenador geral do seminário, o objetivo principal é contemplar a tropa com conhecimento. “levar, transmitir e aprimorar o saber dos nossos militares é uma ferramenta fenomenal. E hoje existem pesquisadores muito bons em diversas corporações que estudam o bombeiro e nosso serviço. Eles levam com eles uma bagagem muito boa de conhecimento e nós firmamos uma parceria com dois desses grandes pesquisadores para que eles pudessem contemplar nossa tropa com um pouco do que eles sabem”, disse.
Os militares mencionados pelo major Romulo em seu discurso são o tenente coronel BM George Cajati do Corpo de Bombeiros Militar de Brasília e o capitão BM Bráulio Flores, do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. O tenente coronel George é PhD em física e trabalha como pesquisador na área de combate a incêndio. O capitão Bráulio é mestre em genética e trabalhou na pesquisa de mutações genéticas relacionadas ao acidente radioativo sesio 137 que aconteceu em Goiás na década de 80.
O capitão Bráulio explicou que sua pesquisa veio para reconhecer os bombeiros e policiais militares que trabalharam na ocorrência da maior catástrofe radiológica da América Latina que foi o sesio 137. Ele fala que esses militares não possuíam aparelhos para medir a radiação que sofreram e nunca foram reconhecidas como vítimas da ocorrência. “Todos os outros trabalhadores que estiveram na ocorrência e que possuíam esse aparelho foram reconhecidas como vítimas, já os militares não. Então 20 anos depois nossa pesquisa ajudou a reconhecer essas vítimas através do estudo de mutação genética dessas pessoas que provou que a taxa de mutação era centenas de vezes maior do que na população comum”, ele completa que só assim esses militares puderam receber a indenização que todas as vítimas receberam na época.
Já o tenente coronel George estuda o fogo, desde sua composição e formação até sua propagação e etapas. Ele fala que todo bombeiro deve entender o fogo, porque só assim poderá enfrenta-lo com segurança. “O incêndio requer muito conhecimento técnico e científico, então nossa pesquisa tem a finalidade de estudar o fogo para assim buscarmos melhorias nos procedimentos na área de combate a incêndio, prevenção e investigação. Buscamos procurar, criar ou adaptar técnicas que são utilizadas no mundo para nossa realidade”, ele completa falando da gratidão que sente em estar em Alagoas transmitindo um pouco do que estudou. “Todos os corpos de bombeiros devem se ajudar, pois cada um tem seu limite de atuação e competência e todos nós devemos crescer juntos e essa cooperação é fundamental, essa troca de conhecimento e experiências é muito importante para solucionarmos os problemas da nossa área.